O cheiro do sertão entrava danado por suas ventas. A caça tinha sido pouca, todo o dia de tocaia só havia rendido um calango. Aquela terra miserável, traiçoeira, era tudo que ele tinha. Cresceu na aspereza do mandacaru, na rudeza do sol fustigando sua pele. Só garantia aquilo que pegava, pois nada a vida lhe oferecera, a não ser a imensa e contínua dor de perder os que de seu sangue compartilhava. Homem feito, pouca água, muita bala, um facão e a vigília da noite naquela terra que Deus esqueceu e onde o diabo brincava de esconde-esconde com os desavisados e esmolambados filhos da sede que por lá passavam...
(Casti)
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3 comentários:
como é bom te ler
Alex, o bom mesmo é saber de vc, espero que tenha uma boa semana!!!
Casti
Lindo!, o fio condutor: o "cheiro" com que se persegue a "caça"; A "caça" é "terra", é natureza: maducaru, sol. Depois o homem, o filho, Deus, diabo... A vida.
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