Teimava em não dormir, achava que o tal ato era uma perda de tempo! Não entendia o privilégio dos outros, jogando conversa fora enquanto tentavam convence-la a contar carneirinhos. Por qual motivo carneiros? Já que ela gostava de cães, gatos, passarinhos, bichos mais urbanos... Obediente iniciava a contagem, só que infelizmente, quando estava no vigésimo sinistro animal, ficava preocupada com o tamanho da insônia estimulando que uns mil bichinhos pulariam a cerca... Virava para o lado da parede e logo seu humor mudava, devido ao universo vivo em sombras e formas o qual iria brincar em segredo até o inevitável adormecer...
{Tecido por Casti}
2 comentários:
Olá, Casti...
Esses momentos que precedem o "adormecer" sempre me deixaram a pensar intrigado como isso sucede: têm qualquer coisa de mágico, de poético, não é?...
A gente nunca sabe ao certo qual é o momento exacto em que o botão desliga-nos do mundo das sombras e das formas e nos liga ao dos sonhos... Se calhar nunca o saberemos e esse instante continuará, e ainda bem, sempre mágico.
A morte será assim também?...
Amordaçado vizinho, intrigante estado de alerta e sonolência, assim ficamos na espera do certo e inevitável, sonhar e finalmente dormir para nos preparar para os sonhos vindouros.
Abraçoo
Casti
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