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Tecia... Era realmente necessário tudo aquilo? Uma dose de raiva, dois dedos de alegria. Umas gotas de lágrimas e quem sabe até covardia. O medo coberto pelo lençol e a insegurança rondando o quarteirão. A desconfiança pousada no olhar, a brincadeira de esconde-esconde seguindo da meninice até a tal da maturidade. Os desafios empurrando o corpo por escada a baixo, a paixão desatinando a aparente segurança. A quietude buscando reatar o caminho do entendimento, apesar de muitas vezes coisas ainda incompreensíveis borbulhavam no caldeirão do peito... Não tinha jeito, era necessário isso e muito mais, para puxar os sonhos do próprio baú e deixar nossas mesquinharias e generosidade nos compor e acompanhar pela vida. Querendo ou não era preciso passar por chuva grossa ou o sol suave do final do dia, para tentar achar o atalho do aprender, perdoar e não deixar aquele chavão interno dominar e dizer: “Só podia acontecer comigo”... Comigo, contigo, conosco, não necessitamos de brilho e coroa, estamos todos no mesmo nível, no mesmo corredor. Do ponto de partida até o fim indefinível que certamente nos levará a um novo começo.
{Casti}
Foto: Dimas Oukhov
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