Teias Natalinas

Era um ritual... Primeiramente ele procurava um bom galho de árvore, bem ramificado, e aberto... Na folga do trabalho pintava de prata os ramos, que aguardávamos, secar. Após algumas horas de espera, Ela tirava algumas caixas do guarda roupa, que pareciam conter um certo mistério a cada ano, mesmo sendo a mesmíssima caixa de sempre... Aberta, luziam bolas de vidro de tamanhos e cores variados, as quais refletiam largos e sorridentes rostos. Logo em seguida algodões faziam, vezes da neve, e num toque final, os três pequenos sinos, juntamente com as luzes coloridas... Pelada nos pés, a árvore aguardava a visita do velho malabarista que só Deus sabe como entrava pelo minúsculo apartamento do décimo andar, e depositava um presente para cada uma das três... Nesse dia, ela enrolava o sono, para tentar dar um abraço no grande Noel, que infelizmente nunca via, contudo mesmo aos cinco anos, compreendia, que o bom senhor sempre tão apresado, tinha outros compromissos para saldar pelo mundo.

(Casti)