Por um par de tempos, estarei arrumando alguns fios danificados...
Beijo!
Casti
"Hay un mundo a la vuelta de la esquina de tu mente, donde la realidad es un intruso y los sueños se hacen realidad". (Enciclopédia das coisas que nunca existiram)
A música entrava indiferente aos ouvidos... O tempo era curto, o dinheiro idem, somente a sua vida era uma longa expectativa, apesar de que aquela noite quem sabe com sorte tudo passaria sem deixar ressaca. As asneiras praticamente tinham o mesmo bojo, só mudava a combinação do malte que era tão duvidosa, quanto o desejo pago que naqueles homens desdenhosamente rastreava...
Em que tempo dentro de nós conjugamos o verbo amar? Se pedirmos uma definição, certamente teremos muitas iguais e tantas outras sem respostas ou explanações tão complexas que até desistiremos de amar... Desistir? Nunnnnca!!!! Nascemos para amar e sermos amados, confundidos, sugados e levados num barco sem leme para o meio do mar das emoções, desse sentimento tão perseguido e tão dificultado pelas facilidades... Well, agradar ao nosso objeto de desejo, não significa ser expert em tudo ou aplaudir qualquer coisa que nos é colocado. Maleabilidade sim, descaracterização de personalidade é outra coisa. Enjoa ser perfeito demasiadamente, ser espelho ou nunca jogar o lixo fora da lata, mandar alguém se lascar (num bom Pernambuques) ou achar que tudo é para sempre... Como cantava Cássia o para sempre, sempre acaba... Quando acaba, não é possível que sobre apenas o travo de limão e que a memória só programe para as lembranças das crises. Precisamos amar sempre, aprender sempre, pois amando é um dos poucos momentos na vida que nos entregamos, prestamos atenção em coisas como brilho nos olhos, mesclas da manhã e todas essas bobagens que nos sustenta cotidianamente... Temos certamente dias de fúria, porém... Precisamos amar até o que nem ainda conhecemos. E a reciprocidade? Sei não, com ou sem ela, amar é tão preciso quanto navegar...
By Casti
Concentrado estava... Com esmero executava lentamente sua tarefa, pois não era só um finalizador, fazia questão de iniciar todo o processo rascunhando os detalhes. Na quietude de seu isolamento, vasculhava no cérebro o lugar onde encontraria o material perfeito para o feitio da obra de arte. Encontrado este, dava seguimento, deliciando-se com o espetáculo que proporcionaria aquele público tão pobre de concepções... Bom mesmo era o labor, o requinte, quando nos momentos finais, afastava os cabelos daqueles alvos pescoços e de certeiro e afiado golpe lhe tirava a medíocre ou engenhosa vida.
By Casti
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Parecia estar diante de uma casa de boneca, onde os sonhos davam vida às pequenas peças coloridas... Naqueles momentos éramos donos de histórias e destinos, onde os horários eram diferentes e o que não gostávamos guardávamos dentro da pequena caixa de brinquedos depositada ao lado... Hoje também sonhamos, e em algumas vezes pensamos e viajamos em tempos impossíveis, criamos expressões e impressões que dão vida e iluminam a pequena casa das nossas fantasiosas aspirações, só barradas quando nos damos conta que o tempo de batalhar é um pouco mais extenso do que o de sonhar.
By Casti
O olhar da imaginação, que lhe permitia ver mais detidamente pequenos detalhes em busca da beleza da emoção, admiração nas coisas, no encanto das palavras sem floreio, com verdades... Fruta exposta, visível no centro de uma grande mesa... Sim, a palavra tinha esse dom! Transformar pântanos em lagos de Morgana, a dureza dos seus dias algo realmente digno de curiosidade ou pinturas impensáveis de Caravagio, era fascinante essa história, um livro o qual ela ainda estava só na capa e uma grande ânsia de vôo para nele, se diluir.
By Casti
Visual: Canto e desencantos
Olhou através da janela do tempo... Uma saudade moderada pousava em seu ombro, segredando relíquias, guardadas no silêncio diário, no olhar resignado de quem não tinha pretensão de traçar o futuro, apenas se encolher na penumbra de qualquer cortina até que lhe puxassem pelas mãos.
By Casti
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Ele queria voltar no tempo... Não queria os cabelos rareando, as dores das dúvidas e doenças do crescimento. Entendia que não havia retorno e não entendia que precisava achar outro caminho, cada dia era uma espera do nada mais esperar, sem surpresas, afinal de contas seu maior inimigo não era a doença e sim a descrença em alguma coisa que lhe fizesse novamente sonhar...
By Casti
Os primeiros fios da manhã passavam brincando entre as árvores centenárias... Uma mistura de ansiedade e sono, em narizes vermelhos e pequenos com gorros coloridos aguardando o sinal da entrada. O início do dia era assim, pequeninas pessoas com mochilas nas costas, onde levavam uma parte da geografia, matemática, português história, o momento o qual eles aprenderiam pedaços da vida em quase todos os dias da semana.
By Casti
Visual fakemaster.it
Hoje, não tem teias do dia, Fio assimétrico, Fios soltos, fotografia ou fetiche... Tem uma Sexta Feira que traz surpresas de todas as qualidades. Tem o dia duro da Urbanidade e a labuta diferente dos campos. Tem quem quer pular da ponte e quem quer acertar na loto... Também tem aquele que morre um pouco todos os dias ou aqueles que aprenderam, que para viver é necessário entender que em um minuto tudo pode mudar. Hoje, não é um dia como outro qualquer, a bem da verdade todos os dias são especiais, seja para morrer ou viver. Que seja! Que venha a vida, não como queremos, mas como o acaso nos enviou o embrulho... É para isso que estamos na área, mesclar o que queremos com o que o destino nos reservar... Caso não seja de nosso agrado, ou mudamos as coisas ou nos modificamos, em casos mais extremos, deixamos para a próxima estação...
By Casti
Ben Hey
Tinham coisas incomparáveis... Um passeio ao por do sol, um café acompanhado de boa conversa, um blues do King. A emoção diante de algumas situações, aquela viagem inesquecível, um poema de Neruda. Um sorvete de manga no final de tarde, o gol da vitória no instante final... Um choro de nascimento, um afago de alguém inesperado. Melhor que tudo isso junto, era uma simples e pequena frase sua que tinha o dom do dia modificar...
(Carlito)
Não te incomodes, amor, não te incomodes,
Se em meus sonhos acaso te assusto.
É que meus demônios acordam enquanto durmo,
E varrem meus porões do inconsciente.
E nessa infatigável varredura,
Milhões de fragmentos em luta insana
Desabrocham num texto sem sentido,
Despejado da boca (o instrumento).
São pedaços do enredo de uma vida
Verdadeira e ilusória a um só tempo,
Que inda procura a chave dos mistérios
Que regem essa existência indecifrável.
Se acaso despertas e te assustas,
Durante meus delírios insondáveis,
Sacode esse meu corpo ora tomado,
Que, com certeza, renasce a um beijo teu.
By Casti
Rarindra Prakarsa
Sofremos por esperarmos ações e reações já estabelecidas nos nossos moldes de visualizar o mundo... Constantemente expomos os sentimentos e mesmo que involuntariamente pensamos no troco, no retorno... Frustrados por não ouvir o que queremos nos magoamos. Amar é algo incondicional, natural, que não deve aflorar como tábua de salvação as nossas expectativas. Amar é tempo imprevisível, onde se forma um vendaval que derruba árvores, apaga luzes, alaga nossas avenidas, para que no outro dia, um sol generoso azule o tempo, fazendo do mais comum, belos e profundos versos sigilosos...
BY CASTI
Photo by Caroline Borba
Temos mil caras
Tem dias
Que acordamos rei
Ou acordamos lacaios
Algumas vezes ilha
Cercada de dúvidas
Por todos os lados...
Reféns dos sentimentos
Mescla do mundo real
Com nosso ideal
Imaginário...
By Casti
Visual de Alba Luna
"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo
vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser
um crocodilo porque amo os grandes rios,
pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros,
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros
como o sofrimento dos homens."
Foto:
inf.furb.br