Fios cruzados

Foto: the model Elisabyte

Teias do dia

Nem, chicotes, nem tigres, ou macacos... Apenas pessoas, com habilidade, e beleza de movimentos faziam o show... Cama de lona, bailarinas penduradas, jovens palhaços... Balet com vassouras, acrobacias musicais... Um novo caminho para o circo, inventivo, inventado, feito de gente, que faz com o corpo, e espalha purpurina, na vida das pessoas que da platéia, atentamente observam o circo de Marcos Frota.

(Casti)

Foto: aprendamagica.com

Fio assimétrico

A dor preciosa
Amiga
Fustiga
Acostumamos
Com os talhos
Feridas
Transformam-se
Confortável
Roupão...

(Casti)

Imagem google

Teias do dia

Ele se reinventava... Papéis múltiplos jogados no cesto, pequenos e amassados, contendo pedaços dele, e dos outros... Efêmero, palavras soltas, amarradas em esperanças, de que surgisse um verbo, ou advérbio que o fascinasse, então rumaria para mais uma existência, precisava inventar-se ser inteiro, ressuscitado.

(Casti)

Natalie Shau

Teias do dia

Quando o homem preocupa-se com outro homem, quando a ajuda, já faz parte de seu cotidiano, não é mais homem, e sim uma partícula maravilhosamente colorida que compõe o planeta, enfeitando com bondade e a coerência que nos aproxima e nos torna iguais, humanos, fraternos, leves, sem medo e inquietação que a vida traz...

(Casti)

Convertimagem

Fio visual

Foto: cs.utah.edu

Fio fetiche

Foto: Ultimate shoes

Fio assimétrico

Condução apertada
Grana contada
Vamos tocando
A bola...
Emocional driblado
Primeiro tempo suado
Escore apertado
Esperando o apito final
Vamos tocando
A bola...
Sai do banco
A moçada
Chega de ser
Reserva
Da vida
Apertada
Sacode a rede
Na goleada...
Vamos tocando
O mundo
Como quem dribla
A bola...

(Casti)
Foto: Despertar blog

Fio de meia

Foto: Dário Lanzetta

Fio assimétrico

Ilusão
Sonhos
Brincando
Fazendo piruetas
Criativas acrobacias
De carona
Nas asas
Da imaginação...

(Casti)

Foto: Melvin Sokolsky

Teias do dia

Ele estava tão confuso sobre o que realmente era, que precisou consultar o dicionário para redefinir-se... Como fazê-lo se tinha medo, prendia-se na proposital indefinição, ou dos adjetivos que lhe tinha sido legado ao longo da caminhada... Vestia roupas que não lhe cabiam, reinventava textos, repetindo em voz alta, para se fazer ouvir ou existir... Por fim acabrunhou-se, parou de falar, só balbuciava, para que nas entrelinhas de suas palavras, não fosse apanhado, vestindo roupas e vidas que não lhe cabiam...

(Casti)

Foto: Carlos Sirello

Fio assimétrico

Não te busco
Em nenhum lugar
Distancio-me
No tempo prudente
Pois mesmo em exílio
Estás perto de mim...

Sem terras
Invades
Minhas reservas
Enquanto travo
Pequenas guerras
Dentro de mim.

(Casti)

Foto: thepluginsite

Teias do dia

Um muro baixo... Flores absolutamente vermelhas. No início da manhã, durante todos os dias, ambos sentavam na varanda, e viam o movimento do dia iniciar. Após algum tempo, as roseiras permaneceram, e somente ele ficou, com pensamentos no passado, observando o movimento da rua, e a ausência de seu par...

(Casti)

Google imagem

Fio solto

Para que precisamos de respostas, pois só guardamos as partes que nos satisfaz, sem ao menos considerar as outras? A linguagem dos atos torna-se estéril, pois queremos um espelho de nossos movimentos, corretos, egocêntricos, mediante olhos que abrigam trevas ...

(Casti)

Foto: Brancifort

Teias no fim do dia...

Ela descia a rua, carregada de sacolas, queria desistir do trajeto... Suas pernas estavam cansadas, porém, ela sempre acreditava que podia andar um pouco mais... Ele subia a rua, puxando um burro sem rabo, abarrotado de tranqueiras, homem forte, de olhar humilde e sapatos rotos... Assim, os olhares de ambos, cruzavam-se, ambos respeitavam-se, havia certa mensagem ou cumplicidade no labor, cumprimentavam-se como se de outros caminhos se conhecessem... Ela com o peso das sacolas, e ele com a leveza no olhar, de um homem vivido, sofrido, contudo, solidário...

(Casti)

Foto:fuzarca.com

Fio solto

Olham-se
Avaliam-se
Esquivam-se
Jogo de pernas
Circular movimento
Sem perder a mirada
Do oponente
Numa fração de segundos
Um único golpe
Errado...
Desestabilizado oponente
Desconcentra-se
Um soco preso
Certeiro
Único
Desmorona o gigante...

(Casti)

deviantART

Fio assimétrico

Desliza sobre a pele
Arrasta o fio...
Do pé até a coxa
Veste-se
Para despir-se
De qualquer pudor
Coberto pelo fio
Da meia
Da teia...

(Casti)

D VTeese

Teias do dia

O egoísmo nos obriga a repartir em partes desiguais os sentimentos, numa exigência muda, ou talhada em atitudes extremas, cobrança em retribuição a o que sentimos... Indigentes, nos tornamos, cobrando sorrisos, um beijo, uma palavra sem soltar o narguilé, impregnado do que achamos... Heroínas de um castelo em ruínas de tempo moderno...

(Casti)

Foto: Bittter Poison

Fio solto...

Negra do traseiro grande, e olhos acatitados, curiosos... Lenço branco imaculado que cobria extensa carapinha. Seu sorriso era breve quando apertava os olhos míopes, desprovidos de lentes por conta da vaidade... Carregava a África nas cadeiras, misturada com a caboclagem, brasileira. Em noites quentes, rezas, novenas inacabadas, interrompidas pela cabeça pendente, cansaço do trabalho doméstico... Doce figura! Edite, madrinha preta, que Deus te guarde na palma das mãos.

(Casti)
Foto:
Folkcuba.com

Fio assimétrico

Não preciso dizer
Só sentir
De forma breve
De forma certeira
Sem delongas
Ou conjeturas
Nem embasamento
Apenas sentimento
Sem o atrapalho
Das provas
Fruto
Das dúvidas!

(Casti)
Foto:
Google imagem

Fio de meia nas teias...

deviantART

Fio visual

Foto: Natalie Shau

Fio solto...

Demito-me
Jogo fora a máscara
Do sorriso
Em meio às catástrofes
Da benevolência
No meio
Dos incompreensíveis
Da bondade
Em meio a tantos lobos
Da serenidade
Mediante o caos
Do conformismo
Com tantas questões
Engasgadas
Demito-me
Tiro a roupa de Colombina
Diante das mesuras
Do esfarrapado Pierrô
Tiro a pele de cordeiro
Não visto a pele de lobo
Faz-me bem
A natural...



(Casti)

Foto: Natalie Shau

Fios de Natalie Shau

Teias do dia

Retocou esmeradamente a maquiagem, mesmo com o espelho sujo, e rachado... Arrumou a peruca, fez o contorno exagerado no lábio, mostrando um sorriso que não mais existia. Juntou as sobrancelhas, afrouxou o nó da berrante gravata, colocou o nariz... Em passos cansados, porém decididos, encaminhou-se ao picadeiro que tantas vezes havia pisado na vida, cumprimentou o público, com o último sorriso, no derradeiro espetáculo...

(Casti)

Foto: visagraf.impa

Fio visual

deviantART

Fio

deviantART

Viva

Rubra

Aromática

Emerge

Da vitrine

P&b...

(Casti)

Fio solto...

Tinha épocas em que ela sonhava em preto e branco, situações definitivas, na escolha sem pluralidade como abrir um guarda roupa com única opção, situação confortável, de resolução fácil. Quando queria sonhar mais além, via as coisas coloridas, com combinações, tons, e possibilidades, o que lhe tomava muito tempo, diluído num caleidoscópio alternativo. Difícil era tirar das duas opções, uma terceira, eficaz, que não fosse tão óbvia, ou tão multipla.

(Casti)

Google imagem

Fios de Lílian Bassman

Foto: Lílian Bassman

Fios de Yaph

Fio de Elena & Vitale

Foto: Elena & Vitale Vasilieva

Fio de meia

Foto: Google imagem

Fio de Martin Ken

Foto: Martin Ken

Fio visual

deviantART

Fio solto (divagando)

Não sei se o tempo nos torna covardes, ou sábios... Ou se a areia das ampulhetas, escorregam com mais facilidade de nossas mãos. Em cada tempo vivemos de um novo modo, com pequenos ajustes, pequenas prudências, deixando a racionalidade no leme da embarcação, nos salvando dos naufrágios, sem tempestades, sem mar revolto, num aquário, que pode ser quebrado, por uma mão desatenta... Então vamos, aprendendo a nos salvar.

(Casti)
Foto: Sokolsky

Teias do dia

Ele foi torcido, arremessado, andou em carros sem rodas, ficou de cabeça para baixo. Andou em trilhos numa velocidade e altura assustadora... Comeu cachorro quente, algodão doce, e pipoca. Cansado, contudo criança renascida, resistente a todas as provas, saiu em direção ao portão de saída. Olhou para trás, deixou os sonhos guardados entre castelos, corredeira e múmias quase assustadoras... Localizou seu carro desarmou o alarme, pegou a estrada no rumo da realidade, guardado no dia, o parque de diversões...

(Casti)
Imagem:
Luciana Misura

Fio assimétrico

Com oshiroi
Cobre teu rosto
Deixa de fora
Apenas teus olhos
Atentos
Perfeitos
Estudados
Submissos
Deixa que pensem
Ser teu dono...
Em tua astúcia
Também maquiada
Abnegada
Branda perfeição...

(casti)

deviantART

Fios da Gueixa

Geisha("pessoa de artes") são mulheres japonesas que estudam a tradição milenar da arte da sedução, dança e canto. A palavra geiko é usada em Kyoto para descrever as geishas. Geisha eram muito comuns no século 18 e 19, e existem atualmente em menor número. Em português a grafia é Gueixa, em japonês a palavra é "Geisha" com a mesma pronuncia. Em Kansai é usada a palavra "geiko" e a palavra "maiko" é usada nos distritos de Kyoto. As geishas não tem relação com a prostituição, a palavra "geisha girl" sim, e foi usada durante a ocupação americana no Japão, denegrindo a imagem das geishas. Na China a palavra geisha é traduzida como "yi ji", que soa como "ji" e em chinês também tem relação com a protituição. Mas, as geishas entretem por meio da cultura e das tradições, não pelo sexo. No entanto, durante a Segunda Guerra Mundial algumas geishas se tornaram prostitutas, o que também prejudicou a imagem delas, deturpando o conceito.
Elas aprendiam as artes da dança, pintura, caligrafia, música, dicção, etiqueta, acrobacias, interpretação teatral e tinham que estudar muito, até atingirem uma perfeição, possuindo uma formação privilegiada das demais mulheres japonesas.

(Trecho retirado da Wikipédia)

Foto:deviantART

Fio fotográfico

deviantART: Jellings

Fio solto...

E ela ali, invadida por uma imensidão de total alvura, impassível, sem bolsos para colocar as mãos, totalmente nua de pensamentos, tentava espantar o nervosismo pela brancura que lhe rodeava, segurando gracioso escudo, um chapéu vermelho.

(Casti)

Foto:
deviantART/Lorrainemd

Fio assimétrico

Bebo
Aos que vieram
Aos que se foram
Bebo pelas batalhas
Ganhas ou perdidas
Bebo até o torpor
Perambulando
Pelos vinhedos
Bebo porque sou
Carcereiro do Diabo
Para tanto
Necessito transformar
Confiante tarefa
Em pouca coisa
Bebo então...

(Casti)
Foto: deviantART

Fio solto...

Encarar a realidade é um modo de morrer. Mas sem isso não haverá renascimento.

Lya Luft

(Secreta mirada e outros poemas)

Foto: Haleh Bryan

Teias do dia

Andavam em volta, fazendo um grande círculo, e ao parar da música, tinham que sentar na respectiva cadeira postada em sua frente... Uma brincadeira, onde quem sobrava saia do jogo... Existe uma preocupação, em não sobrar, em sentar na cadeira, de qualquer modo, aos empurrões... Ela preferiu sair, e observar de longe que todos tinham seus lugares.

(Casti)

Foto:
Aleksey Korsykov

Fio assimétrico

Que medo tens
De teu próprio reflexo
Reinventas imagens
Acerca-te de fantasmas
Que não são teus
Roubando sensações
Desesperado
Invade o espelho
Enfia os pés pelas mãos
Na esperança
De em um único bocado
De rímel borrado
Possa enfeitar
O vazio
Da própria imagem...

(Casti)

Foto: Jaz

Fio assimétrico

Hoje o dia
Tingiu-se de verde
Vivo amarelo
Ofuscou os olhos
Do goleiro adversário
Criou asas
nos pés dos Ronaldos
E fez o centro do gramado
O mundo...


(Casti)

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