"Hay un mundo a la vuelta de la esquina de tu mente, donde la realidad es un intruso y los sueños se hacen realidad". (Enciclopédia das coisas que nunca existiram)
quarta-feira, agosto 31, 2005
domingo, agosto 28, 2005
Teias do Dia
Chovia um pouco. Eram tímidos pingos, que foram aumentando de forma incontrolável. Sem pensar muito, ela abriu o guarda-chuva, quando a coisa descambou. Chovia rosas, chovia espinhos, foices, plumas. Chovia sorrisos, lágrimas, paixões. Chovia mágoas, poesias, canções. Chovia passado, sangue e frustrações. Chovia, chovia. Repentinamente num ato impensado, ela fechou o guarda-chuva, olhou para o céu, abriu os braços e se deixou molhar pelos pingos de vida, para poder se recompor e compor a vida... O dia de amanhã,
By Casti
Teias ...
Fios Regionais
Tudo era silêncio nos confins de Mandaú. A noite espreitava as pequenas casas de taipa, que se agrupavam timidamente naquele mundão de Deus. A total escuridão que se abatia sem piedade na pequena vila, só era cortada pelos pequenos candeeiros de querosene usados nas rústicas habitações e que naquele exato momento, emoldurava as feições daquela senhora. Feições talhadas no tempo, na fome e nas mãos pequenas e enrugadas que mesmo cansadas teciam sua renda de bilro...
Tecida por Casti
sábado, agosto 27, 2005
Teias Clonadas
Fios e Feitiços
Era um dia especial como todos os outros dias, um bom dia para viver ou para morrer. Ela procurou organizar os pensamentos e alinhar os astros, centralizar sua energia e converter em benefícios aos recantos da terra. Colheu um pouco de cada elemento da natureza e preparou o talismã. De seu canto chamou os pássaros e das lágrimas fez chover nos campos. Tinha que chamar todos os sentimentos e de rogada não se fez. De sua ira, acordou os trovões, para logo se acalmar e da paixão fez brilhar o dia, e adornou com sensualidade a noite. Do perdão abrandou lavas de vulcões e finalmente cansada e saciada lá se foi dona bruxa carregando seu talismã...
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Casti
Fios Dominados
Teias da Modernidade
Teias da Persona
Abriu as portas do guarda-roupa, para a difícil e duvidosa escolha diária. Olhou, mexeu. Afastou a primeira peça e partiu para uma outra. Remexeu tudo e não sabia qual usar. Amuado pensou, na possibilidade de ir com a que já estava. Examinou cautelosamente essa hipótese e se deteve nas conseqüências. E se não fosse aceito? Poderia ser discriminado, criticado, crucificado. Talvez afastasse de vez os amigos, quem sabe até seria banido da sociedade... Olhando por outro ângulo, percebeu que seria único, seria ele, verdadeiramente ele. Ficariam apenas os verdadeiros amigos, os não hipócritas. Seria um risco que teria de correr. Resolvido! Guardou as máscaras, e saiu com a sua verdadeira face; preocupado, porém feliz. Um longo e diferente dia mesclado de possibilidades vinha pela frente... A utopia de sermos reais.
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Casti
Fios
Teias do Dia
Lá vai Cleonice, cheia de brilho, cheia de vida, coberta de plumas, cores e purpurina. Embalada nas raízes, cantada em verso e prosa, empunhando na raça as cores de sua escola. Escola da vida, com samba rasgado, ritmado pelo suor diário de seu trabalho, pela fila do ônibus, o dinheiro que falta a cachaça do homem com quem dorme. Lá vai Cleonice com menos de uma hora de samba, onde mostra sua graça e ganha na raça o alvorecer na avenida, na apoteose da vida. Abram alas para Cleonice, passista, malabarista, equilibrista. Mãe, mulher, amante, brasileira, primeiro lugar no quesito, sobrevivência.
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Casti
sexta-feira, agosto 26, 2005
Teias Sensuais (Replay)
Teias da Sociedade
Fios Observadores
Angustiada... parada no meio do corredor, estática entre a vidraça da janela e a tela do computador. No computador ela pintaria jardins, visitaria os museus, tomaria um café em Paris. Naquela tela, tudo seria perfeito e ideal, daria a volta ao mundo e seus amigos seriam previamente selecionados. Na vidraça da janela, o caminhão do lixo passava, o vizinho lavava o carro, as árvores estavam sem cor. As contas chegariam por baixo da porta e ela teria que preparar o jantar... porém, observando bem a vidraça, uma pequena e vermelha flor nascia num canto do jardim, mudando timidamente a paisagem do dia...
Tecido por
Casti
Teias Poéticas
Fios Soltos
Teias de Sentimentos
quinta-feira, agosto 25, 2005
Fiossss
Ela estava triste, começou a se fechar em sua própria solidão; a única coisa que possuía, era aquele delicioso sentimento, como um cobertor no inverno, ou chocolate quente. Observou que quanto mais falava, mais se distanciava das pessoas. Quanto mais tentava explicar, menos era compreendida, preferiu renunciar, calar, como quem renuncia um forte abraço em terra estrangeira. Como quem se furta de um belo sorriso no meio de tantos rostos amargos. Ela usou de bengala a indiferença para não sofrer no breve futuro... bem sabia, que não podia ficar para anunciar ao mundo uma bela estória.
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Casti
Fios da Modernidade
Fios Arretados
Toque de Fios
Teias Exóticas
Era constante, o medo de expor sua masmorra, onde cuidadosamente, prendia os seus sentimentos. Tinha no domínio, guardado em grossos ferrolhos a escuridão de suas mais íntimas necessidades. Disfarçando demônios interiores vestidos com esmero. Ao longo do caminho, descobriu que as obscuras e renegadas vontades, poderiam ser fascinantes, por descortinar o imprevisto, vislumbrar inquietantes passagens para o mundo de si mesmo e tornando-o senhor dos portais. A excitação de chegar ao limite e ter o poder de decisão valia caro preço. Tudo poderia acontecer por um milímetro. Seria Eros se descobrisse à fórmula do êxtase, seria Ícaro bem sucedido, caso estendesse e não limitasse seus desejos para vôos internos. Naquela noite, era escravo de sua própria essência, e ao mesmo tempo senhor da luxúria escarlate, que deslizava em formas, provada em cálices de fino cristal o gosto do prazer...
By Casti...
Teia do Dia
Ficava sentado, horas olhando para aquele relógio de pulso que não mais funcionava. Tinha parado, assim como sua vida. Tudo havia parado e a única distração, era mexer e remexer na memória em busca do passado. Era feito de pequenas coisas, momentos que deslizavam diante de seus olhos como num filme, dentro de um velho cinema empoeirado. Um filme mudo, afetando gestos que pareciam estranhos. Queria recordar proezas, num mundo que só ele tinha as chaves e ninguém mais.
By Casti
Fio Solto
quarta-feira, agosto 24, 2005
Fios Soltos
Fios de Sentimentos
Fios do Dia
Deslizava por aquela escada rolante, juntamente com o horário de pico. Na frente só se via uma legião de pessoas com uma legião de roteiros distintos. Em sua imaginação, mil balões de pensamentos se acumulavam no ar, esbarrando-se repletos de interrogações e reticências. Ninguém falava. O olhar reto movimentos maquinais, preocupações do dia, prensados nos rostos. Pequenos sonhos, grandes sonhos viajavam diariamente naqueles vagões do metrô, em cada parada uma sorte, em cada plataforma uma vida, viajando por entre os trilhos de caminhos determinados.
By Casti...
terça-feira, agosto 23, 2005
Teias Poéticas
Teias Noturnas
Na mansidão da noite, as flores conversam em tom de intimidade com a lua. Pequenos barulhos noturnos povoam praças, ruas, vias e vielas. A quietude transforma e forma pensamentos incongruentes nos insones que se debruçam nas sacadas da solidão. Tempo de pensar, parar para sonhar, se enroscar em corpos, de olhos abertos, longe do barulhento dia, agasalhados pelo manto, da suave noite...
By Casti
Fios Pequenos
Teias do Dia
Do alto do apartamento, tudo se move. Pessoas, carros. Semáforos mudam as cores. As dores e os odores se movimentam, a cidade pulsa numa poesia visceral. Conversas cortadas, talheres caindo, choro ao longe. Um casal na varanda, cantarola músicas, restos de filmes vagueiam nas televisões. São pedaços de vidas vindo dos apartamentos, pequenas caixas que imponente observam de cima a cidade. Caixas contendo sonhos, onde produzimos novas máscaras para a proeza de mais um dia. Onde empilhamos algumas identificações de nós mesmos, referências para não nos perder na mesmice da busca, de ser diferente.
By Casti...
Fios Soltos
Totalmente mudo, apenas a abraçou trazendo para o seu peito, e nesse único estreito, mil sentimentos lhe tiraram o sossego. Decidiu então, deixar o mundo correr lá fora, nesse minuto suspenso, sons externos e distantes, um resto de tarde, dois corpos, apenas o som do bater das asas da imaginação.
By Casti...
Teias do Dia
Estava em Pânico, enquanto a vida passava lá fora, ela se encontrava de pés, mãos e boca atados. Totalmente inadequada, era aquela situação. Refém de seus sentimentos, enclausurados no calabouço das emoções. Emoções sufocadas, que só eram visitadas a luz de velas na escuridão dos momentos. Por quanto tempo ela agüentaria assim? Sua vontade era de tirar todas as amarras, abrir as janelas de seu peito, de par em par e deixar o vento brincar com as cortinas de sua paixão...
By Casti
segunda-feira, agosto 22, 2005
Fios Exóticos (Incubo)
Profana criatura esquadrinha o ambiente, esquadrinha sua presa, que dormia docemente, envolvida em alvos lençóis. Calmamente ele se une a penumbra e discretamente se delicia com as possibilidades de estudada posse. Um sorriso de contentamento escapa de indefinível porém, bela face do astuto Incubo... híbrido, vítima e algoz penetrando nos sonhos e no corpo daquela jovem criatura que ali jazia. Num certo momento não existia mais ele ou ela, existia, suavidade e aspereza tomando conta do corpo da bela ninfa que em sonho ou pesadelo, seria possuída...
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Casti
Teias do Dia
Ela queria entender tudo, queria entender o mundo para poder abraçar melhor. Queria se consumir e nascer, entre os dias e as noites de todos os calendários. Queria comungar em todas as religiões. Sentia necessidade de ser fecundada pelas dores e alegrias de todos, como se falasse uma língua universal. Não queria ser Deus, apenas um alento, ou tormento para os que gostassem de suplício. Queria ser alvo fácil, porém guardava seus mistérios. Sã para os que necessitassem dela e louca furiosa para os que assim sentissem
Vontade. Queria ser nada, apenas uma ilusão que passa, na fragilidade de nossas vidas diárias...
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Casti
Fios Exóticos (Sucubo)
Ela desliza ao pé da cama, de uma maneira quase que imperceptível. Seus contornos são perfeitos, sua pele brilha e ao mesmo tempo exala o perfume da sensualidade, traz em si, todos os aromas da terra, envolve enlaça e recua. Escorrega pelos corpos dos que à noite dormem, dominando seus sonhos e arrancando suspiros e delírios. Numa única dança faz refém sua calma e sua alma numa noite sem fim...
By Casti...
domingo, agosto 21, 2005
Fio Nu (Clique aqui para ouvir)
Ela se sentiu deserta, andando numa rua igualmente deserta. Grossas nuvens de dúvidas carregavam o céu de seus pensamentos. Choveu, e junto com a chuva, suas lágrimas vieram à tona... mornas, presentes. Ela vagou e vagou dentro de si, não queria respostas, pois já as sabia, lhe haviam roubado algumas coisas... suas palavras, suas roupas, seu sorriso. Levaram um pouco da luminosidade a qual ela buscava em pequenas coisas diárias. Levaram tudo e não deixaram rigorosamente nada...
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Casti
(Para ouvir o som, clique lado direito do mouse e ... abrir nova página)
Fios Soltos
Teias da Bruxa
Uma paisagem cinzenta e retorcida fazia parte daquele vilarejo nas primeiras horas da manhã. Rústicas casas se apresentavam dispostas a completar o cenário. Sua hora tinha chegado. Não sabia ao certo por qual motivo, iria terminar daquele jeito. Tentou buscar em sua memória, quais seriam os seus crimes. Por mais que procurasse não conseguia chegar a algum lugar. Naquela agoniada hora de espera, atada a um tronco, cercada de galhos, e tocos de madeiras, estava difícil de imaginar seus delitos. Num esforço enorme de lutar contra o medo que lhe invadia, apenas lembrou que amava a natureza, que a respeitava em todos os sentidos. Lembrava também que gostava de colocar sua opinião nas coisas, que seu crime, estava nessa terrível sede de viver, pois todo bruxo, era aquele que enxergava um pouquinho mais além dos outros.
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Casti
Teias do Voyeur
Porcelanas, frágeis aves em ninho de lençóis. Gentilezas, sutilezas leve toques. Perfumes florais, cascatas de cabelos emaranhavam-se. Tímidas, porém determinadas incursões lentamente se seguiam. As dúvidas não mais existiam, apenas persistia o desejo de um pouco mais. Tal qual como se encontra água no deserto um utópico lago de desejos, represados em seus corpos, que em embate final saciam a sede sem alarde, nem rótulos, paixão assumida e resumida daquelas duas mulheres...
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Casti
sábado, agosto 20, 2005
Teias da Aranha
A alma, às vezes brinca confusa, num bailado entre o sonho e a coerência. Bailarina louca, entre transparências diáfanas na leveza de seu ser. Inatingível como um sonho, coerente no fechar das cortinas. Rodopia na ponta dos pés de cetim, quase não toca o chão, voa, migra para os sonhos de quem lhe observa...
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Casti
Fios
O cheiro do sertão entrava danado por suas ventas. A caça, tinha sido pouca, todo o dia de tocaia, só havia rendido um calango. Aquela terra miserável, traiçoeira, era tudo que ele tinha. Cresceu na aspereza do mandacaru, na rudeza do sol fustigando sua pele. Só garantia aquilo que pegava, pois nada a vida lhe oferecera, a não ser a imensa e contínua dor de perder os que de seu sangue compartilhava. Homem feito, pouca água, muita bala, um facão e a vigília da noite naquela terra que Deus esqueceu e onde o diabo brincava de esconde-esconde com os desavisados e esmolambados filhos da sede que por lá passavam..
By Casti...
Teias do Dia
Guardou com todo cuidado a negra flor, pois ela era única. Envolvendo-a em seu manto, atravessando terras, mares, castelos. Enfrentou a revolta do tempo e até o próprio cansaço, para entregar negra flor ao homem desejado. Chegando ao local, avistou o ser de sua devoção e se preparou para tirar do manto valiosa relíquia negra, quando, paralisou. O homem pelo qual percorrera meio mundo estava sentado num jardim, cercado de belas e coloridas rosas. Ela deu meia volta e sumiu no mundo, com sua negra rosa...
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Casti
sexta-feira, agosto 19, 2005
Fato
Teias da Risomar
Junto ao fogão, estava aquela passiva figura. Não sabia ao certo por qual motivo se sentia cansada, não sabia se pelo trabalho que lhe moia ou pela incerteza dos caminhos que havia decido seguir, atrelada sempre a felicidade dos outros. Meio amuada, começou a mexer o almoço, onde o tempero de sal alho e cebola davam um toque especial ao arroz. Não só os aromas se desprendiam daquela panela. Do arroz quase solto vinham vozes de crianças, brincadeiras, doce de coco, nota baixa na escola. Do aroma refogado, vinham várias gerações, edições adulteradas por pedaços de novas vidas que surgiam. Naquela panela, vidas borbulhavam, deixando no ar cheirinho gostoso de passado e de ontem permanente...
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Casti
Déjà vu
Louco corsário
Já fui Santa
Rezando o rosário
Já fui prostituta
Defendendo o salário
Já fui aranha
Tecendo o diário
Já fui tigre
Ligeiro e sanguinário
Já fui fêmea
Já fui macho
Já fui anjo
Já fui diabo
Hoje sou
Tempo
Intermediário...
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Casti