Tons de azul e verde alternavam-se pela orla... O vento contínuo, porém suave, amenizava o sol persistente. Longe de casa, com a mala aberta, arrumava como pequenos lotes de peças de roupas as novas descobertas que surgiam ao longo da viagem. Personagens genuínos povoavam o dia. A Dona do bar que ao servir seu PF, sentava-se na cadeira de balanço, tangia as moscas e contava as histórias de seu árduo percurso. Um galo chamado Neymar e suas concubinas penosas eram a diversão nas quietas tardes no portão do estabelecimento. Entre as mesas de plástico florido, quedava o pescador aparentemente sorridente, todavia deprimido, mergulhado no álcool escondia a história de seu naufrágio nas águas do grande mar e do coração. Mariah, dona de comida e pano (restaurante e boutique), caprichava na tapioca, acompanhada com suco de cajá. Em outras paradas, seu Roberto, jovem franzino e condutor do Burro-taxi (em Galinhos), contava breves fatos do lugarejo com orgulho de quem guiava turistas ao longo do paraíso. Em Maxaranguape, exibindo riso desfalcado seu Chico, carregava a caixa de cocadas as quais vendia pela cidade, que pequenina, concentrava-se na orla para ver Mestre Canelão, no final da tarde, ocupando às areias no desejo de ensinar capoeira aos jovens sedentos de piruetas e novidades. O burrico sonolento servia de encosto ao seu dono que aguardava o despertar do turista para um passeio pela praia, enquanto um homem sem rosto (vestido de homem aranha) vendia suas castanhas no caminho do asfalto. Burricos, jangadas, buggys, vendedores ambulantes de peixe, e jovens conhecedores dos fatos locais exibiam sua cantilena contando fatos pitorescos na tentativa de ganhar o dia, como guia local. Da desnivelada areia branca, emergiam fatos e personagens curiosos os quais faziam do destino escolhido, maravilhosa andança a qual trazemos na bagagem e em nossos corações. Com seu grande chapéu, pele alva e óculos escuros a dona do vento, garimpava o futuro de dentro do portão na pousada fincada nas areias de Jenipabu...
By Casti
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