"Hay un mundo a la vuelta de la esquina de tu mente, donde la realidad es un intruso y los sueños se hacen realidad". (Enciclopédia das coisas que nunca existiram)
Contagem regressiva, abandono do que passou para o futuro quase igual, com novos tropeços, coisas velhas vestidas de nova ou novidades desacreditadas. Futuro sombrio, suportável ou em fases de otimismo, balões de gás coloridos, doloridos, reinventados para os que chegam, quem sabe: Respirar...
E ela reinava ali... Absoluta, resoluta, certeira. Parteira das belezas e esquisitices do mundo. Ar sereno que sumia diante do riso que ecoava, dominando o ambiente. Ela era assim, chique, dourada, em tons de vermelho, em tom de aviso para as coisas do futuro e quem sabe do coração. Dona Maria...
Ela gostaria que todos os dias fossem percebidos como renascimento... As dores do corpo e da alma faziam parte da movimentação das estradas, avenidas, becos e calçadas. Não havia realmente um modo de se safar, pois querendo ou não do modo dela ou de outro, a vida gritava, que nem planta rompendo asfalto, impondo a criação. A indiferença, a miséria da condição humana, sentimentos corrompidos, tinha cadeira cativa junto a solidariedade, aos bons intentos e desprendimentos materiais. Era isso sim, um yin e yang, complemento de Diabo e mocinho, com flertes extremos que apimentavam o Acarajé comido na praça de nosso muitas vezes incompreendido cotidiano. Danado de bom, viver ou morrer em ciclo vicioso de aprendizado.
Na igreja, passo tímido, camisa branca, pensamentos guardados... Ele olhou para o lado, apertou a mão dela entre as suas e propôs algo absurdo! Ela com um sorriso sofrido, escondendo a realidade, disse um sim, quase que imperceptível, muito embora, isso não transmitiria a imensidão da paixão acampada no coração, flutuando pelo tapete imaginário do compromisso etéreo, de outra vida de data antiga ou futura...
Encostar a porta, arregaçar as mangas, jogar caixas antigas fora, fazer doações e arrumar as prateleiras para o que vem chegando... O novo carrega múltiplos sentimentos, coloridos com matizes de medo e agoniada euforia. Desafio, essa coisa de reinventar o antigo, reconsiderar falhas. Dizer não quando realmente queremos negar (delicioso alívio) e a gentileza social nos impede em algumas situações a autenticidade. Inteiros! Quando alisamos nossas asas nos transformamos em Ícaro afoito, voando alto, perto do sol. Precisamos fechar para “balanço” e nesse embalo, refazer o caminho com um pisar diferente, tornando os cascalhos, plumas para que não firamos nossos pés e nem nossas almas.
Obrigada e um forte abraços para os que aqui se emaranharam nas Teias...
Tem dias que acordamos insossos, insanos amuados... Observamos mais detidamente as coisas em volta e muitas vezes o cenário está sutilmente desarrumado. Quadros tortos, lixos pelos cantos de cada intento, máscaras distribuídas com insignificantes risos pintados. Tapinhas, apertos de mãos, promessas duvidosas, ambíguas verdades... Eis o mundo o qual transitamos, navegamos, em busca de uma solução, prenda para o desagrado de uma existência egoísta, de inegável mentira, compartilhada entre os sequiosos de respostas as quais no fundo não queremos saber.
É cada vez mais difícil tomar posição sobre as grandes questões em debate na sociedade. Ambientalistas x desenvolvimentistas, criação x evolução, esquerda x direita, ciência x religião... Todo mundo tem certeza, todo mundo tem razão. A gente lê uma argumentação brilhante e concorda com ela. E - graças à internet - segundos depois lê uma contra-argumentação tão brilhante quanto e também concorda com ela.
Dá a impressão que antigamente as coisas eram mais claras. De que havia o preto e o branco, o bem e o mal e não era difícil escolher de que lado ficar. Mas será que essa "facilidade" acontecia por serem as coisas, digamos, mais simples? Ou será que antigamente, sendo mais jovens e inexperientes, nosso repertório, nosso conhecimento, nosso raciocínio é que era simplório e escolhia de forma superficial, pelas aparências? Conforme vamos evoluindo, ouvindo e lendo mais, refinando nossa capacidade de análise crítica, reparamos nos detalhes sutis, entendendo as argumentações sofisticadas e a multiplicidade de pontos de vista. E o que era preto ou branco - pela certeza da ignorância - fica cinza...
Por exemplo, a Colômbia acertou ou errou quando invadiu o território do Equador para liquidar os terroristas das FARC? Em minha opinião a Colômbia errou. Quebrou um princípio básico: invadiu a casa do vizinho. Isso não se faz, é um ato de violência, passível de retaliação. Mas em minha opinião a Colômbia acertou: eliminou os terroristas que estavam seqüestrando, matando e ameaçando um governo eleito democraticamente. Mesmo que para isso tivesse que invadir a casa do vizinho. Portanto, tenho que condenar a Colômbia. Mas não me atrevo a censurá-la. No lugar de Uribe eu faria a mesma coisa.
É o velho choque entre princípios e pragmatismo. Quem estuda política está familiarizado com essa discussão.
Princípios ou crenças e valores constituem a base que suporta as ações de um indivíduo. São como filtros que determinam aquilo que entendemos como certo, correto, justo e leal. Esses filtros são desenvolvidos ou inibidos conforme nossa educação, na família principalmente, pelos exemplos de nossos pais e das pessoas que estão próximas enquanto crescemos. Por exemplo, tenho como princípio não roubar. Qualquer ação que eu decidir praticar tem que estar de acordo com esse princípio e não admito deslizes. É claro e simples assim. Mas então surge o pragmatismo, o ponto de vista que subordina a verdade à utilidade. Não roubo, por princípio. Mas se a vida de meu filho depender de eu roubar, vou roubar sim. Você pode até dizer que isso é compreensível, que o princípio do roubo foi atropelado por um princípio mais forte: o da preservação da vida. Mas a minha decisão terá sido pragmática.
O caso das pesquisas com as células-tronco envolve o mesmo conflito entre princípios e pragmatismo. A legalização do aborto. E a questão do aquecimento global também. Lula abraçado a Sarney ou Collor é um exemplo do pragmatismo que se sobrepõe a princípios. Todo aquele discurso idealista da esquerda cai por terra assim que ela assume o poder. Muitos dirão que Lula está errado ao trair seus princípios. Outros dirão que se ele não agir assim, não governa: para exercer política é necessário ser pragmático. E então passamos a aceitar certos deslizes como sendo "parte do jogo". Deixamos de lado nossos princípios em nome do pragmatismo.
Esse é o momento em que a luz de alarme deve ser acesa. Afinal, o que é que você leva em consideração para escolher um amigo ou eleger um político? Os princípios ou pragmatismo dele? Pois é... Não existe mais preto ou branco. O mundo ficou cinza.
Pai de todos nós Não nos esqueçamos Que no mundo Não estamos sós Que a ambição Se converta em pão Que nossa palavra Sirva de lenço Sirva de verbo Positivamente conjugado Para lágrimas enxugar Que a amargura Ceda lugar A um largo sorriso Que nossa estada Nesse mundo de Deus
Todos os dias, um nó na garganta em “grande estilo”... Aturava, driblava e até criava, para que a evidência de sua presteza, não se apagasse em meio aos normais aparvalhados, mergulhados em gel, e nas idéias quase salvadoras, não apagassem a sua existência do Olimpo Bussiness...
As palavras andavam escassas, pois os sentimentos afloraram tanto que embotaram a gana de ganhar o mundo, numa expressão louca de rabiscos automáticos, impensados, desmedidos e profundos, tal qual chagas do insensato verbo amar...
Vida Movimento Chama que trepida Não para Regenera Agride Considera Adoece Recupera Não desiste "Mana" Que emana Esperança Rita Lee... "Coisas da vida".
Com a “mão nos quartos” observava... No liquidificaAdor estridente mistura ,aos poucos se tornava algo indivisível através do plástico transparente. Os minutos rolando, dando idéias para o tempo o nosso momento que também se misturava aos outros destinos, situações, às quais precisamos tirar proveito dos alvos ou negros resultados. Santa Pollyanna?Nada!! Um preparo desesperado anti-decepções.
Ela gostava de cobrir os olhos nas cenas cruciais... Os suspenses despertavam perturbadoras e interessantes reações, como a espera da mordida no pescoço, o cadáver que caía exatamente no meio da passagem de fuga ou surgia das sombras um estranho voyeur. Logicamente a evolução cinematográfica, assim como os relacionamentos, abandona hoje o gostoso do descompasso do coração. O medo mesmo do previsível, arrumava tempo certo para pular e arrancar sensações. Infelizmente, Drácula substituiu a sensual mordida, por injeções bem elaboradas em paisagens futuristas, os Voyeurs tem ânsia grande de fazer-se presente, sendo assim, não temos nem tempo de elaborar o condimento das relações, ilhados de insosso clichê que nem ao menos é em branco e preto e não carrega mais a sombra do intrigante Hitchcock ...
Beijou a esposa, tirou o carro da garagem com cuidado para não atropelar o mendigo... Demorou mais tempo que de costume de chegar ao trabalho, devido à cortesia não correspondida no trânsito. Entrando no escritório, ajustou a gravata para poder estrangular o grito, falando bem mais baixo que seu chefe. Ao sair para o almoço, deu conta da marginalidade humana, correndo por um lugar melhor, uma fila melhor, um local mais protegido das balas que zuniam de qualquer canto dos assaltos mau sucedidos. Qualidade de vida era algo buscado aos extremos, só que pelo caminho errado, da conveniência, conivência e nulidade do próprio ser.
Velas espalhadas, ornadas com tecidos em tons de violeta... A música era o som das ondas do mar! Corpos relaxados e distribuídos harmonicamente em brancas macas, recebiam mãos as quais o intuito era a paz, bem estar físico, espiritual, geral. Técnica misturada com amor ao próximo era o que fluía daquele ambiente o qual ela fazia parte e que por alguns instantes, soltando as mãos e as asas, imaginava estar no céu por exatamente fazer aquilo que gostava. MASSOTERAVIDA!
E ele entrou naquela catedral... Sua mão estava enlaçada com a dela. Não precisava de nenhuma palavra para transmitir que gostavam de estar juntos. Ele dentro de uma simples camisa branca, sinalizava um casamento só existente em pensamentos e mesmo assim, ao atravessar aquele espaço sagrado, deu meio riso e perguntou se ela queria casar com ele. Com o ar abobalhado, ela abre os olhos, dá sinal para que o ônibus pare. Ela desce pisando firme, pisando em sonhos que nunca iriam se concretizar.