Fio fetiche

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Dona Aranha divagando...

 

A garganta estava seca, a vista embaçada e os ouvidos obstruídos... O cansaço dominava todo seu corpo somando-se as dores da alma. O desentendimento e intolerância estavam soltos no ar, farejando verdades forjadas em imprudente vaidade de estar com a bola da razão. A diversidade não era mais instrumento de aprendizado e conhecimento e sim produto de desavença, bala no coração. E assim prosseguia, arrastando a própria sombra, com riso riscado na face e peso de mármore da existência no angustiado coração.

By Casti

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Fio assimétrico

 

Quando nenhuma palavra

Cabe dentro

De tamanha indignação

Onde a vida

Sem noção

Deturpa a existência

Sem resistência

Da turma

Da lacração

De olhos

Coração endurecido

Vedado

Cancelando verdades

Contra inconsistente

Pichado Paredão...

By Casti

Dona Aranha divagando

 

Curvou-se, encolheu-se, apertou a barriga moída de dor, precisava se livrar daquele imenso desconforto, fruto dos venenos, da toxidade dos relacionamentos, da hipocrisia, alheia... E num único gesto que podia aliviar tanto desalento, ela vomitou. Vomitou palavras numa teia que ela tinha o privilégio de entender e ao mesmo tempo deixar que cada um entendesse de acordo com sua individual realidade... A liberdade de ser.

By Casti

Dona Aranha divagando

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Quando expulsos de confortável barriga, chegamos onde precisamos! Perder, ganhar, se emocionar, decepcionar, sorrir, chorar, ter medo, ter coragem, para mexer nesse caldeirão apimentado, é necessário em muitos momentos, seguir a receita... E em outros vão condimentos intuitivos que muitas vezes matam nossa fome de viver...

By Casti

Fio Fetiche

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Fio visual

 George Hedhawk

Fios soltos...

 

No passado e no agora, ela bailava entre a senilidade, curiosidade de quem acorda de um breve sono, que em questão de segundos era encoberto pelo azedume da letárgica e atual realidade, onde nada importava a não ser as necessidades do corpo sobrevivente (sono e alimento). Duro era observar essa dualidade de atitudes e constatar que aquele que lhe fez chegar ao mundo foi reduzido a dependente e esquecido ser, muito embora a parte viva desse ser quando dava ares da graça e se engajava no momento, um lampejo de esperança de revitalização surgia nos resilientes corações.

By Casti

Fio fetiche

 Dita Shoes (Google imagem)

Fios soltos...

 

Condenaram o homem... Tentaram tirar suas vestes expor dívidas que não existiam... Correntes, lei fora da lei foi criada em segundos para fabricar mentira disfarçada de verdade. O medo era tamanho que precisavam extinguir o certo, o caminho correto não era permitido, na terra do nunca, terra da corrução.

 Dona Aranha indignada!

By Casti

Fios soltos...

 

George Redhawk

Entre o doce bater de asas e aquecido tridente, vive o ser denominado humano... Inverso das coisas, dependendo como você expõe sua vírgula ou ponto final... Conviver com a dualidade latente com medo de ser ou ter que pertencer a uma ordem, nos aprisiona e nos joga na fogueira dos que farejam o troféu da verdade. O proibido fumar é mais administrável do que é proibido pensar, se afastar da fronteira do aceitável, onde nos tornamos cordeirinhos, de impossível facção da obrigatória lacrosfera... É preciso mesmo?

 

By Casti

Fio fetiche

 Bondage Café (Dita)

Fio assimétrico

 De ponta cabeça

Vamos seguindo

Fazendo do errado

Totalmente certo

Para o virtuoso

Sobra cancelamento

É proibido ser correto

Ofende o rei

Bobos ao cubo

De desconcertante

Mambembe

Corte...

By Casti

Istock foto

Fio assimétrico

 Palavras alimentam

Palavras viciam

Palavras salvam

Palavras matam

Palavras nos modificam

No texto tortuoso

ingovernável da vida...

By Casti

Istock fotos

Fio Fetiche

Google (AliExpress)

Dona Aranha divagando...

 

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Ela precisava ser reconhecida, aceita a todo custo, mesmo que para isso copiasse o modus vivendi das pessoas as quais lhe pareciam caras... Ela necessitava escalar ignorante montanha de sua existência para provar, que era capaz, era the best... Mesmo trapaceando, enganando e se auto enganando, diminuindo aqueles que normalmente sabiam de seu lugar e tarefas numa existência em que o palco e as luzes, não eram necessárias. Detalhista e laboriosa em seu trabalho, entre miçangas, paetês e cortes perfeitos, produzia belezas que encantavam as pessoas e encobriam as sombras de seu caráter mau talhado, aprisionando seus desafetos travestidos de amor e cuidados, punindo-os com dolorosa dependência física e psicológica ludibriando os menos atentos, querendo passar a perna em Joana Darc na fogueira das vaidades...

By Casti

Fios soltos...

 

E ele era assim... Aquela vida com páginas tão interessantes, que só se comparavam a um sorvete na beira da praia, um chopp gelado num calor escaldante de verão carioca. Era o tio... de boa cultura e explanações instigantes. Amante dos animais, sempre rodeado de caninos, felinos, não media esforços para proporcionar uma vida mais descente que se poderia dar a aqueles que iam além de mordidas, miados e latidos, encontrando nas espécies não humanas tudo aquilo que não existia em nós...  Assim se foi Chico, Francisco, Jorge, em nome do pai.

By Casti