Ela aguçou todos os sentidos e pendurou-se na varanda... Uma verdadeira sinfonia fazia parte daquele momento que embalava sonhos. Não sabia em que prestar atenção, se era no barulho do mar, na dança e farfalhar dos coqueiros ou na delicadeza do vento que lhe acariciava tal qual amante habilidoso. No céu algumas estrelas andavam penduradas, num brilho tímido, iluminando a vastidão. Satisfeita, abandonou calmamente a varanda no sentido de deixar um pouco de sua essência, naquela noite de paz.
Os dois acocorados na calçada observavam os fatos naquele início de manhã... Tudo passava em sincronia do caos. Lançaram calmamente o delirante anzol e ficaram observando para ver no que ia dar. Peixe grande ou peixe pequeno, qualquer coisa seria pescada naquele asfalto, qualquer coisa seria uma novidade para os dois abismados visitantes, dessa grande cidade grande...
By Casti
Ela ouviu pacientemente todo o diálogo da entrevista, embora estivesse com vontade de dar alguns palpites manteve-se calada. Parecia entediada com toda aquela lenga-lenga, explicações já existentes de coisas as quais todos já sabiam (embora fosse socialmente necessário manter o protocolo), um script de entrevista, abarrotado de regras onde as novidades não eram tão viçosas. A fase era da viola no saco, ouvir, observar, analisar e se possível dar uma deletada em alguns trechos. Estranhava-se pela apatia, talvez momento de ruminar bem as coisas e tirar um proveito interessante do tempo novo interior o qual estava vivendo.
By Casti
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