Fio assimétrico

Duo necessário


Desconecta
Deleta
Desliga
Desintegra
Desaparece
Crise de identidade
Virtual...

Conecta
Cria
Liga
Integra
Aparece
Com critério
Sem mistério
Pois você
É real...

By Casti

Teias do dia

A mente e o olhar trabalhavam em passo acelerado. Para cada um nomeava novas realidades, situações diferenciadas, as quais os escolhidos só podiam sair do labirinto, num surto de criatividade. Assim vivia o sonhador observando o mundo, na ponta de qualquer lugar, alugando vivências de forma muito particular.

By Casti

A. Rosini

Fio fotográfico

Cristye (olhares.aeiou.pt)

Teias do dia

Sentada em seu cais, observava o movimento do imenso e negro mar... Barcos diversos passavam, em intervalos nada regulares, trazendo novidades as quais ela não mais queria acenar. Rendida ao tempo cotidiano sem revolta de gaivotas, deixou de lado as novidades e resolveu nada mais esperar... Mergulhou nas profundezas dos pensamentos, como Netuno guardando o lugar.

By Casti

Visual:
Alba Luna

{Olhares.aeiou.pt}

Teias do dia...

O tempo andava carente de sol... As pessoas andavam carentes de tudo, e para não fugir do contexto, algumas idéias resolveram largar das canetas, lápis, teclados, pois os planos momentâneos eram de segurar uma fumegante xícara de café finalizando quem sabe na quentura de um cobertor. Caramba, que friooo!

By Casti

Google imagem

Teias do dia

Imagem: Alberto Seveso

O branco havia sido tingido, embelezado por novas cores... Os dedos que antes puxavam os fios do crochê ou os carrilhões de 6 dos dominós mudaram de rumo, hoje dedilham nos teclados do PC, redescobrindo e descobrindo o mundo, pessoas. Depuseram armas, saindo das trincheiras (do preconceito), bailando em campo minado e seguindo adiante na “melhor idade” a de lembrar, que nunca seremos deletados e com certeza a nossa marca, mesmo que suave será deixada em algum lugar.

By Casti

Fio visual

ALBERTO SEVESO

Teias do dia

Ele estava pirando, virara um zumbi, escravo da imaginação em prol da sobrevivência... Tudo que via transformava-se em idéias, raras, loucas, poéticas e na maioria consumistas. A coisa funcionava na base do recriando a criação, com vida curta, na labuta, procurando o inalcançável uma eterna aprovação.

By Casti

Visual: Eduardo Schaal

FIO FOTOGRÁFICO

Manuel Libres Librodo Jr (pbase)

TEIAS DO DIA (FILA PREFERENCIAL...)

Com certeza aquela fila, era para acelerar o obituário de qualquer cidadão... Tinha de tudo esperando a vez de passar o consumo na esteira, menos idosos ou deficientes físicos, pois os únicos deficientes que tinham ali eram os “PDFVNC”, mais conhecidos como portadores de falta de vergonha na cara. Os PDFVNC caracterizam-se como aqueles indivíduos que pegam a fila mais fácil e passam na frente das pessoas que realmente necessitam. Infelizmente em nosso país algumas coisas que são para certa utilidade, são adaptadas para outras e essas adaptações implicam na natural lei de Gerson (levar vantagem em tudo...), que mesmo sendo de gerações passadas ainda vigora nesse nosso país...

By Casti

Google imagem (fila)

Fio assimétrico

Você é você?
Retalho de quê?
Enciclopédia
Perfeição
Em seqüência
Uma maravilha
Algo insustentável
“Na leveza de não ser”
Cadê você?
Um modelo
Feito
Por merecer...

By Casti

Foto: Anna Fracassi

Teia do dia

Casa cheia! Estréia no despertar dos desejos alheios espalhados pelas mesas... Na penumbra, expectativas de se encontrar naquele palco, sonhos voluptuosos materializados em pequenos gestos escorregando em coreografias, sedas, alças, rendas, entregues ao êxtase provocado por aquela deusa esfumaçada na iluminação barata do clube noturno em qualquer rua de algum lugar.

By Casti

Jupiterimagem

Fio assimétrico

Viver na ânsia do epílogo
Não é viver...
É boicote
Padronizar o querer
Viver por viver
Sofrer por assim fazer
Sem saber
Procurando algum sentido
Esquecendo de viver...

By Casti

Foto: Tiago Phelipe

Fio fetiche

IRENE HOPPE

Fio assimétrico

Curvas, as mesmas...
Sonoridades? Idem
Caso sejam tiradas
Com destreza
De quem conhece
Os caminhos
De completa sinfonia...


By casti

Teias noturnas

Google imagem Caranguejo

Zé, canelinha fina, pele amendoada e cabelinho tostado pelo sol... Mesmo pequeno, era condutor oficial da carroça com a mula simpática. Não sabia por qual motivo não entendia o dialeto de Zé, pois ele não falava, disparava algo quase conhecido num fôlego só. Descobri que ele falava rapidamente porque tinha medo das palavras, assim como também nunca havia calçado um sapato e calças compridas. Ágil magricela, olhar astuto e riso branco, o pequeno que “adulava” pai e mãe tratava com respeito a mais velha e a do meio, sendo assim só restava para atarantar a caçula, “bestona” que veio do asfalto e tinha medo daqueles minúsculos e potentes monstrinhos pendurados em cordas que atendiam pelo nome de... Caranguejos.

By Casti

Teias noturnas

Aboletado em sua inquietude, fez um gesto simples ao barman... Tomou a primeira dose no seco, relaxando parcialmente e em sucessivos copos o acúmulo da semana e quem sabe assim numa seqüência, esquecendo a natural existência mergulhando no torpor, viagem que lhe custaria a ressaca... Qual o ano mesmo do whisky que havia pedido!?

istockphoto2476201

By Casti

Fio assimétrico

Despoja das vestes
Que colorem
Disfarçam as cores
Do próprio desejo.

By Casti

Google imagem

Fios indignados

Branco queima índio até a morte
Branco espanca índio até a morte
Branco é julgado por branco
Branco é libertado para estudo
Para trabalho
O que fica para os índios?
Pauladas
Queimaduras
E a mais pura certeza
Que os donos da terra
Não tem nada
A não ser enfrentar
“Jovens da classe média”
Assassinos
Por brincadeira
Por molecagem
Por vida entediada...
Logo estarão livres
Judiando e matando
"Galdinos"
"Avelinos"
Para cometer
Outras brincadeiras
Nada engraçadas...

By Casti

"Jovens de classe média espancam índio até a morte"

(Notícia de hoje Cidade/Metrópole - Jornal o Estado de São Paulo)

Obs.

"Alguns" jovens da classe média.

Fio assimétrico

Vasos frágeis
Com sede de poder
Insaciáveis
Vulneráveis
Na busca
Do próprio ser.

By Casti

Andy Júlia

Fio assimétrico

Foto: Daniel Camacho (olhares.com)

Caminhos feitos no vento
Esperar sinais e indícios?
Andanças na incerteza
Isso que revigora
Os trôpegos passos
Desafio de viver...

By Casti

Teias noturnas...

Do lado da cama na mesa de cabeceira, o relógio controlava o tempo, juntamente com uma caixinha colorida, um amuleto e os inúteis bibelôs supostos indícios de personalidade. Os barulhos torturantes mergulhados no silêncio da noite e a companheira avassaladora do medo do amanhã mantinham os pensamentos acordados... Insônia.



By Casti

Google imagem

Fio assimétrico

Foto: A.julia

Hoje bailei pelo avesso
Por conta e vontade
Tingi o lago de vermelho
Mandei os brancos cisnes
Para longe
Só contemplei os negros
Apenas para contrariar...
Mudei as piruetas
Das dramáticas e perfeitas
Para as obscenas e descabidas
Um dia na vida
Tudo modificar...
Só hoje tingi o sorriso
De vermelho
Era sede de sangue
Só por um dia
Para meus demônios
Aquietar...

{Casti}

Teias do dia

Google imagem

Fila imensa... Sonhos misturados em padrões diferentes. Uns queriam parar de trabalhar, outros queriam o carro do ano. Alguns pensavam em dimensões menores, como o tratamento dentário do filho ou montar um pequeno negócio. Pensamentos que flutuavam, entre números sorteados, para as pessoas as quais o sol não brilhava com tanta facilidade e mesmo assim, não deixavam de sonhar na fila da loteria.

By Casti

Fio assimétrico

Curvo-me
Aos prazeres
Intimamente
Bem vestidos
Em rendas
Redes
Que apanham
Teu olhar
Abismado...

By Casti

Grafik

Teia de palavras...

Aquele celular era uma arma quase útil caso o dono soubesse usar de forma complementar... Ansioso em registrar os flagrantes para colocar no “youtube” ele filmava tudo, do estupro ao assalto, da surra a premiação, infelizmente nos casos mais extremos ele podia ao menos se empolgar menos com o visual e dar mais valor a vida que se esvaía em minúscula tela do celular e discasse 190.


By Casti


Google imagem

Fio fotográfico

David Vasilijevic

Fios soltos...

Sem interrupção a vida passa avassaladoramente diante de nossos olhos... As informações caminham de uma página a outra dos veículos de comunicação digitais ou não, nos cobrando consciência e decisões... Esse mundo é muito grande para caber nas mãos (mesmo unidas em forma de concha), sendo assim, muitas vezes acordamos com vontade de jogar no lixo as roupas de herói e sermos absolutamente mudos a qualquer apelo, pois precisamos de pausa, sem neurose das imperfeições cobradas por uma sociedade igualmente imperfeita.

By Casti

Foto: Sweetcharade

Teias do dia

Chutou algo metálico que rolando ecoara no asfalto... Esfregou os olhos e percebendo que uma névoa duvidosa saía de dentro do objeto. Como tudo era rápido, obedecendo à conturbação da vida urbana, um mal humorado gênio foi se escafedendo do utensílio quase doméstico. Ao contrário dos empoeirados contos de fada, o indivíduo inverteu a situação... No estado em que estava não tinha condições de realizar nenhum desejo, pois precisava urgentemente de um fisioterapeuta para dar um fim na dor de coluna por estar tanto tempo dentro da garrafa. Necessitava também de um psiquiatra para analisar os danos causados pelos anos de isolamento e por final, queria uma teve à cabo, no intuito de se atualizar e analisar se os desejos dos chutadores inadvertidos de lâmpadas, eram coerentes com as necessidades solicitadas...

By Casti

Google imagem

Fio fotográfico

Foto: Olga Kholmova

Teias noturnas

Mudanças são sempre bem vindas e mesmo não tão bem vindas com certeza ocorrem... Os unificadores do nosso idioma e responsáveis pela reforma ortográfica que me perdoem, pois me sentiria comendo um acarajé sem gosto caso ele não tivesse o devido acento agudo no lugar... Pior! Tirar o circunflexo do meu avô seria o mesmo, que o deixar pelado no meio da rua... E lá se vai o charme do trema... Não tema! Ainda existem algumas cavernas, para recomeçar-mos na fase rupestre de nossas vidas.

By Casti

google imagem

Fio assimétrico

Sinceros
Intensos
Intempestivos
Volúveis
Voláteis
Vorazes
Humanos
Fugidos
Dos escombros
Da “moralidade”...

By Casti

Fio assimétrico

Tenho por dentro
Palavras que deslizam
Seguem o caminho
Das mãos
Que seguram flores
Ou navalhas
Para desaguar
Em versos
Em toques
O que emana
Do coração...

By Casti

Foto: Marianne Le Carrour

Teias do dia

Quando brotava o desafeto ela virava feto e tal qual criança curvava-se debruçada nos medos e pensamentos... Era assim mesmo, imperfeitamente humana, calcada nas raízes da primeira pessoa do singular e exatamente por este motivo, conjugava os verbos cotidianos de forma imperfeita.

By Casti

Foto: Gesell

Fio assimétrico

google imagem (lips-web)

Espera
Traga
Planeja
Entre os dedos
Corriqueira noite
Entre os dedos
Outros corpos
Em divórcio
Com a cama
Rotineira
A dama
Que não reclama
Trabalha
Noite inteira...

By Casti

Teias noturnas

Tem fases em nossas vidas, que sentimos tantas coisas de forma simultânea, que nem nos damos conta que se faz necessário o momento das mudanças... Mudanças em aceitar nossas vontades, sem a preocupação de tocar afinado na orquestra alheia, para que em algum momento nos tornemos inteiros ofendendo ou não o próximo que nem tão próximo está, pois caso fosse não intentaria fazer de nós, o próprio espelho...

By Casti

Imagem: Philip Ritchie

Fio assimétrico

Foto: Kepeslap

O que vem de cima
Pode ser um sinal
Pode ser chuva
Pode ser sol
Roupa caída
Do varal
Pode ser
Um suicida
Um aviso
Ponto final
Pode ser espera
Pode ser quimera
Talvez
Coisa real...

By Casti

Teia do dia

Imagem: Transindex

Dava agonia enxergar tudo em forma quadrada ou retangular... As janelas artificiais proliferavam juntamente com a angústia. O palpável ficava no mesmo patamar do imaginável. Tudo se resumia na imagem... A imagem do outdoor, da televisão em tela plana, do computador. A imagem do quadro, da revista, a janela protegida do carro, do livro e a falsa imagem que fazíamos muitas vezes de algumas coisas, onde procurávamos desesperadamente espectros das vontades e quem sabe nossa sombra, perdida em algum espelho em forma circular...

By Casti

Fio fetiche

Teias noturnas...

Havia completado o ginásio só colando nas provas de matemática... Tinha arrumado o primeiro emprego pelos seus próprios méritos e jurou que não tentou nada com Laurinha no muro da igreja. Crescera na normalidade, cultivara poucos amigos. Não sabia se as escolhas que fizera, haviam sido boas ou ruins, eram apenas escolhas, onde sua visão pré-determinada alcançara. Pagou as prestações da casa própria tostão por tostão, o seguro estava em dia e o que chamavam de uma vida feliz (outros denominavam rotina pacífica), havia tentado dar para aquela que o acompanhara e ele não sabia se a seguidora tinha feito o trajeto em conjunto por costume ou convicção dos sentimentos... Assim estava ele, prostrado na cama do hospital, ouvindo o sussurro da morte dando um tempo ao tempo que se esvaía.

By Casti

Foto:
Antônio Más Morales

Fio fotográfico

Foto: Bourson

Fios soltos

A ambição de conhecer algo por inteiro estraga a perspectiva da ciranda das cadeiras, o suar frio pelo inesperado ou o prêmio não definitivo que já nos prepara nova expectativa...

By Casti

Foto: Steve Chong

Fio assimétrico

Lábios
Percorrem o corpo
Provocando
Pequenos tremores
Nas bordas
Dos teus vulcões...

By Casti

Foto: Anna Miller

Teias noturnas...

Dias de fera, são aqueles os quais farejamos tempos difíceis e o extinto nos ensina a ficarmos enroscados no nosso canto, observando os movimentos, com o coração inquieto e as garras embutidas para um eventual salto em prenúncio de guerra. Felinos, belos tigres ou gatos... “Ferinos”.

(By Casti)

Fotografia: Gabriel Ugureanu