terça-feira, outubro 30, 2007

Teias do dia










Como podiam urinar, depositar sacos de lixo, oferendas, ameaçá-la com machados e no auge da sofisticação serras movidas à eletricidade? Mesmo assim, bela com seus galhos estendidos, balançando, jogando folhas e flores coloridas no chão (por vezes frutos). Assim ia ela, mesmo com toda a agressão imposta, suas raízes continuavam firmes rompendo o asfalto...


Foto: Manu

By Casti

segunda-feira, outubro 29, 2007

Fiossss



Cotidianamente ele corria... Corria para o trabalho, corria para sustentar a família. Corria dando aulas, assistindo e praticando. Corria com as coisas que achava importante, poucos o aceitavam ou compreendiam o cálculo simplificado que ele fazia e aplicava nas metáforas do dia, pois sentia o tempo escoar e aos poucos não mais sabia, só entendia que tínhamos a capacidade de sempre melhorar.

By Casti

Teias do dia










Photochau


Depositou a sacola pesada em cima da mesa. Aquele dia era um dia especial, pois não queria levar para a ocasião, feijão, arroz, açúcar, condimentos. Queria levar novidades, brilhos, estrelas, sonhos, compartilhar algo além do cotidiano, jogando fora os rótulos e ser além de...


By Casti

domingo, outubro 28, 2007

FIO FETICHE


Aubade

Teias noturnas

E ela ali, acompanhada da solidão mexia a bebida com a ponta do dedo... Tocar o frio a despertava de alguns costumeiros devaneios e trazia seu olhar e atenção para a realidade banal... Sons distantes e um indivíduo plantado na sua frente, falando coisas em duplo sentido que já conhecia e não lhe levava a lugar nenhum.

By Casti





Foto: Gimlet

sábado, outubro 27, 2007

FIO AUDÍVEL (Click)

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Teias noturnas

Mesmo acostumados com as esquivas e reflexo suficiente para uma defesa rápida, a vida nos pegava de surpresa, aprontando golpes baixos e torções quase impossíveis de sair... O problema (em parte) não era ser pego e sim desistir sem resistir sabiamente, com belas defesas, dignas de um aprendiz humilde, atencioso, porém ciente que nada, viria de graça...

By Casti

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quinta-feira, outubro 25, 2007

Fio fotográfico


A. ZHENIKEYEV

Teias do dia

Engraxou as botas, esticou a farda e abotoou com determinação... Passou a mão nos galões e empertigando-se, consultou o tempo interno e sem mais delongas ergueu-se determinado, pois estava no tempo de retomar a luta em busca da própria paz.


By Casti

quarta-feira, outubro 24, 2007

Teias do dia

Na mala quase arrumada, pares de coisas inúteis... O pensamento ia longe, o rebuliço nas gavetas e nas entranhas, impediam de organizar uma bagagem para onde quer que fosse... Geralmente levávamos nada do que era preciso, para quando lá chegasse, retirasse apenas risos, dias diferentes e os problemas esquecidos, guardados no fundo da mala para serem trocados por uma leve camiseta colorida como a paisagem local.
By Casti

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Teias segmentadas...
























Foto: A. Chaurskaja


Foto: Woman

terça-feira, outubro 23, 2007

FIOS DE JABOR...

A felicidade hoje é fechar os olhos

ARNALDO JABOR

Antigamente, a felicidade era uma espécie de "missão" a ser cumprida, a conquista de "algo maior" que nos coroasse de louros; a felicidade demandava o "sacrifício", a renúncia, a luta contra obstáculos. A idéia de que a felicidade se "constrói" já ficou para trás. Hoje, felicidade é ser desejado.

A idéia de felicidade não é mais interna, como a dos monges, ou a calma vivência do instante, ou a visão da beleza. Felicidade é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar alguém a ser consumido. Felicidade é ter um bom funcionamento. McLuhan escreveu que os meios de comunicação são extensões de nossos braços, olhos e ouvidos. Hoje, nós somos extensões das coisas. Fulano é a extensão de um banco, sicrano comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador. Assim como a mulher deseja ser um eletrodoméstico, um "avião", peituda, bunduda, o homem quer ser uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente, e mais que tudo, um grande pênis voador sem flacidez e angústias. Confundimos nosso destino com o destino das coisas... Felicidade não é mais lenta ou contemplativa - é velocidade. O mundo veloz da Internet, do celular, do mercado financeiro nos imprimiu um ritmo incessante, uma gincana contra a idéia de morte ou velhice, melhor dizendo, contra a obsolescência do produto ou a corrosão dos materiais.

Somos "felizes" dentro de um chiqueirinho de irrelevâncias, bagatelas, micharias. Uma alegria para nada, para rebolar o rabo nas revistas, substituindo o mérito pela fama. Essa infantilização da felicidade pela mídia se dá num mundo em parafuso de tragédias sem solução, como uma disneylândia cercada de homensbomba. Não precisamos fazer ou saber nada; o sujeito só existe se aparecer.

Há alguns anos, a infelicidade, a tragédia ainda provocavam escândalo. O Holocausto, Hiroshima - jogaram o mundo em cava depressão, mudou a visão da vida. E hoje? O crime hediondo está mais aceito, o Iraque é apenas um assalto corriqueiro à razão, estamos acostumados ao horror como um cotidiano inevitável. O horror deixou de ser um susto - faz parte da vida. A incessante pantomima da alegria movida pelas novidades eletrônicas, pelo marketing inovador da tecnociência serve para camuflar a melancolia que nos atinge e que temos de "forcluir", tirar de cena, como dizem os analistas, essa pobre minoria de defensores da razão.

O pensamento humanista está lamentoso de tanto absurdo. De que adianta falar em compaixão ou afeto a propósito de um menino de 13 anos que decepa a cabeça de um colega com um machado, com as mães atirando filhos nas lixeiras e brejos? Como falar em democracia com muçulmanos analfabetos, que desde o século VII se massacram por um ser inexistente, educando criançasbomba nas "madrassas", para extirpar qualquer resquício de razão no Ocidente, enquanto, do outro lado, os monstros caretas do Bush repetem mantras da Bíblia fundamentalista?

Para a felicidade, só nos resta "não ver". Fechar os olhos. É uma lista de negativas: não ter câncer, não ler jornal, não ligar para as tragédias, não olhar os meninos malabaristas no sinal, não ver os cadáveres explodidos na TV, não ter coração, se transformar num clone de si mesmo, num andróide programado para ter esperança, vivendo um presente infinito e longo, incessante e delirante como um "rave" sem fim.

Há um grande livro de science-fiction (talvez o maior) "Tiger Tiger" (antigo "The Stars my Destination"), de Alfred Bester, no qual há um grande SPA em Marte para supermilionários onde eles teriam a suprema felicidade de viver extirpados de todos os sentidos, apenas os cérebros funcionando em "alfa", livres de qualquer angústia. Um dia, chegaremos lá.

Oscilamos entre o desejo de ser "especiais", únicos, brilhantes indivíduos, celebridades que fujam do escuro anonimato e o desejo de virar pó, de ser uma formiga obediente, conduzida por um comandante qualquer.

E tudo sempre em nome da palavra-chave da época: a liberdade, que todos fingem querer, a liberdade respirando como um bicho sem dono entre o individuo e a massa, a liberdade - esta coisa que provoca tanta angústia. O Big Brother do capitalismo de mil olhos se apossou de uma nova mercadoria: a liberdade. A América corporativa se apossou até da consciência crítica e fetichizou- a. Num filme como "O Clube da Luta" ou "Matrix", vemos a chamada crítica ou autocrítica "de mercado", um estratagema para incorporar a idéia de transgressão e ódio ao sistema e, assim, paralisá-la. Vejam a passividade da juventude norte-americana, que só agora começa a acordar para o monstro Bush; comparem- na com os milhões contra a guerra do Vietnã. A liberdade/felicidade virou mais uma camuflagem do capitalismo.

No fundo, temos uma secreta nostalgia da submissão. A liberdade dá angústia. Dostoievski acerta na mosca, prevendo o tempo de hoje, quando no espantoso e profético capítulo de "Os Irmãos Karamazov", intitulado "O Grande Inquisidor", nos escreve do passado, na grande diatribe do inquisidor a Cristo: "Você esqueceu que o homem prefere a paz e mesmo a morte ao invés da liberdade de ter de escolher entre o bem e o mal? Pode ser muito sedutora a idéia para os homens de ’livre arbítrio’, mas nada lhes é mais doloroso. Em vez de princípios sólidos que pudessem tranqüilizar a consciência humana para sempre, você escolheu noções vagas, enigmáticas, tudo que vai além da possibilidade humana, e assim você agiu sem amor por eles, você, que diz ter vindo salvá-los! Você aumentou a liberdade humana, em vez de confiscá- la! (...) depois de 15 séculos, que restou? Você não conseguiu elevar ninguém até a sua altura divina! O homem é muito mais fraco e vil do que você imaginou".

É isso aí... O chamado "indivíduo" livre está cada vez mais ridículo. O "eu" virou um privilégio para meia dúzia de loucos e, claro, para as grandes corporações donas do mercado do desejo. Entramos no século XXI regidos por deuses malucos, do Oriente ao Ocidente. Na realidade, chegamos ao século VII, apenas com tecnologia avançada...

segunda-feira, outubro 22, 2007

Fio Assimétrico

Andamos
Meio tortos
Meio mortos
Meio cegos
Meio falhos
Meio tristes
Meio falsos
Meio homens
Sepultando verdades
No meio
De mentiras
Transformadas
Em verdades...


By Casti


Fios ...


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domingo, outubro 21, 2007

Fio assimétrico

Foto: Rarindra Prakarsa

Trabalha o tempo
Feiticeiro...
Observa inabalável
Através da fumaça
As possibilidades
Que desenham soluções
Só visíveis aos teus olhos...


By Casti

Fios soltos

Peter Volanek

Alternativa não era só um nome de grife... Era algo que dava o que pensar. A capacidade e vontade de recriar caminhos, remexer com a mesmice, possibilitar vias mais movimentadas e chegar ao ponto final, muitas vezes sem o objetivo na facilidade da linha reta, contudo inteiros...

By Casti

Fio fetiche

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sábado, outubro 20, 2007

Fios soltos


A mutação das idéias, o excesso de palavras sem palavra, escondia em si o duplo sentido, espalhando dúvidas pelo caminho do homem tentando equilibrar-se nas mentiras travestidas de verdade, fazendo dessa vida um circo com precárias possibilidades... Saltos sem redes, domadores sem chicotes, palhaços sem sorriso, onde o virtual aos poucos ocupa o lugar da humanidade insatisfeita com a estrutura que ela mesma criou...



By Casti

Visual: Jourget


sexta-feira, outubro 19, 2007

Fios soltos...















O tempo imprime o sabor de doce e amargo, desenha linhas pelo rosto, pelo corpo e grafita a alma... Tudo pode ser suportável, porém é inegável que as mutações podem ser trancafiadas, escondidas em nossos baús, todavia não podem ser destruídas. O grande problema é que passamos parte da vida assimilando, conhecendo, reconhecendo e trocando para que num estágio avançado, um dia acordemos percebendo a fragilidade de tudo aquilo que entendíamos, não passava de um sonho, resguardado como tocha olímpica e já não existe mais.



By Casti
Visual: Rick Maccawley

Fio Fetiche

Foto: H. Mayor

quinta-feira, outubro 18, 2007

Doce Teia (click)


Hummmm!!!!!

quarta-feira, outubro 17, 2007

Fio assimétrico


A dança
Que libera
Liberta
Lidera
Tempera
Corpo & alma

By Casti










Foto: Markolich

Fio audível (click)

Nonice

Teias do dia


O bom era não encasquetar, achar que deveria dizer algo fundamental... A inspiração não era bicho apanhado no laço... Ela brotava de qualquer canto, de um assobio na rua, do bate-boca do casal ao lado e até mesmo de um latão de lixo destampado. Não tinha padrão, pois o importante era escrever com tintas da própria essência, o exagero, ficaria por conta da intensidade do sentir...

By Casti

terça-feira, outubro 16, 2007

Teias comparadas









































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Fios soltos

SEQÜELA, termo que ultimamente andava martelando os ouvidos, talvez pela violência que nos rondava ou pelos relacionamentos mal interpretados e por isso mal vividos. No resumo das contas, se a seqüela mudasse um pouco de contexto e fosse levada para um campo mais positivo, quem sabe assim o destino da palavra não fosse tão fatídico! Nós, atolados na ignorância e vontade própria de querer carregar sozinho um piano pela escada estreita... Pode? Pois prefiro dividir a palavra seqüela, como os efeitos provocados por uma grande paixão, ou por um abraço bem dado a um ente querido, pois as seqüelas positivas são muito melhores de carregar.


By Casti
Photo: Roberto Palladini

segunda-feira, outubro 15, 2007

Teias do dia


De tempos idos, já ouvia a frase projetando verdades quando dizia que “A arte imita a vida”. Faz alguns anos que tinha visto um filme, o qual era passado num deserto e que mercenários viviam atacando núcleos em busca de uma preciosidade. Só de ver o filme, já ficava agoniada, com tanta areia, suor, ânimos exaltados e principalmente a falta do ouro tão cobiçado... Água! Lembro disso quando vejo gente lavando calçadas e carros indiscriminadamente, quando as pessoas conversam e deixam torneiras abertas, enquanto as companhias fornecedoras dançam descalças nos pregos. Folhetos de alertas ou as matérias publicadas por ONGS em preservação do ambiente, tentam conscientizar a indiferente humanidade, que assiste aos bocejos, espetáculos catastróficos os quais a natureza vem oferecendo, dando o troco de forma letal.
Está faltando água desde ontem aqui no bairro! Vixeee, lembrei daquela areia toda do filme..


{By Casti}

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domingo, outubro 14, 2007

Teias Noturnas



















Às vezes pensava em fazer uma lista
...
Certamente seria pequena, pois não necessitava muito para viver. Não queria nada que não fosse da própria pauta e conquista e nem queria nada que lhe ralasse a alma, como indisposições por mesquinharias, ou rusgas desnecessárias que tiravam à paciência e o brilho do dia. Precisava de poucas falas e entendimento das questões em dobro. No resto, utopicamente cogitava uma mochila, uma cama pequena, um pouco de café e a possibilidade de voar entre muros e vielas, alimentando-se da observação do tempo, que fingido cotidiano, escondia segredos.

Foto: Silvano Dori

{By Casti}

sábado, outubro 13, 2007

Teias noturnas

Foto: Augusto Peixoto

Pensava... Seria mais fácil se a vida lhe trouxesse de presente os fatos bem embrulhados e amarrados! Infelizmente não era assim, pois os laços desatavam com facilidade e as caixas acondicionavam tão imperfeitamente quanto papel de presente curto para embrulhar guarda-chuva. As experiências traziam o benefício de futuras probabilidades com menor margem de erro, porém também carregavam consigo o ranço da incapacidade de ir além, pular muros e roubar mangas em quintais alheios, para obter o simples prêmio de degustar a fruta em baixo de qualquer árvore copada, aquelas pintadas no surrealismo da manhã...


{Tecido por Casti}

Fio assimétrico

Roberto Palladini

Abandona
Dá mil voltas
Desespero
Apelo
Sem retorno
Nem volta
As voltas
Com a revolta
De não entender
A reviravolta
Do voltar
A sentir dor.

By Casti



sexta-feira, outubro 12, 2007

Fio fotográfico



IRA BORDO


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Para ser inteiro
Percorra todo
O abecedário
Do pião ao skate
No computador
Jogos imaginários
Pula-pula
Bola de gude
Roda pião
Cabra-cega
Naruto
Gibi
Bicho-papão
Jogos da tela
Esconde-esconde
O que é o que é?
Fala tagarela
Telefone sem fio
Desafio
Amarelinha
Pula corda
Ragnarok
Na telinha
Habilidade nos dedos
Tem que ser inteiro
Brincar
Da tecnologia
Até a magia
Não deixar
de ser...
C R I A N Ç A!
Todo o dia.



{Tecido por Casti}